O imperativo categórico de Kant é uma lei moral objetiva e incondicionada, enquanto o superego freudiano é uma instância psicanalítica que se relaciona com o ego e o id. Embora Freud tenha feito referência ao imperativo kantiano, a psicanálise destaca um aspecto destrutivo e sádico da lei, distanciando-se da filosofia prática. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o sentido da apropriação do conceito kantiano na formulação do superego freudiano, apontando para o deslizamento semântico que ocorre quando o imperativo categórico se torna um significante isolado e adquire um novo estatuto no plano inconsciente. É importante lembrar que a psicanálise e a filosofia prática são áreas semânticas distintas, com interpretações diferentes, e que inconsciente e razão não são equivalentes.